Domínio Amazônico
A região é pouco povoada, devido a grande extensão territorial e dos difíceis acessos ao interior dessa área. Nesse sentido, o governo em 1970, fez o programa de ocupação populacional na região amazônica, com migrações oriundas do nordeste.
Este domínio sofre grande influência fluvial, já que aí se encontra a maior bacia hidrográfica do mundo – a bacia amazônica. A região passa por dois tipos de estações flúvio-climáticas, a estação das cheias dos rios e a estação da seca, porém esta última estação não interrompe o processo pluviométrico diário, só que em índices diferentes. O transporte existente também é influenciado pela enorme rede hidrográfica, enquanto que o rodoviário é quase inexistente. Valendo destacar os tipos de matas encontradas na Amazônia, como: de iaipó – de regiões inundadas; de várzea – de regiões inundadas ciclicamente e de terras altas – que dificilmente são inundadas. As espécies de árvores encontradas nesta região são: castanaha-do-pará, seringueira, carnaúba, mogno, etc. (essas duas últimas em extinção); os animais: peixe-boi, boto-cor-de-rosa, onça-pintada; e a flora com a vitória régia e as diversas orquídeas. Com um clima equatorial, sem muitas mudanças de temperatura ao longo do ano, a região amazônica diferencia-se apenas nas épocas das chuvas (ou cheias dos rios) e das secas. Assim esta primeira época faz com que os rios transbordem e nutram as áreas de terras marginais ao leito dos mesmos. Com um solo essencialmente argiloso e a forte influência do escoamento fluvial, faz com que a Amazônia torna-se uma área de terras baixas, decapitando as formações existentes no seu substrato rochosos.
Nos dias atuais é grande a
devastação ambiental na Amazônia – queimadas, desmatamentos, extinção de
espécies, etc. – fazem com que a região e o mundo preocupe-se com seu futuro,
pois se trata da maior reserva florestal do globo.
Domínio dos Cerrados
Formado pela própria
vegetação de cerrado, nesta área encontram-se as formações de chapadas ou
chapadões como a Chapada dos Guimarães e dos Veadeiros, a fauna e flora ali
situada, são de grande exuberância, tanto para pontos turísticos, como
científicos. Vale destacar que é da região do cerrado que estão três nascentes
das principais bacias hidrográficas brasileiras: a Amazônica, a São-Franciscana
e a Paranáica.
Localizado na região central
do Brasil, o Domínio Morfoclimático do Cerrado detém uma área de 45 milhões de
hectares, sendo o segundo maior domínio por extensão territorial. Incluindo
neste espaço os Estados: do Mato Grosso, do Mato Grosso do Sul, do Tocantins
(parte sul), de Goiás, da Bahia (parte oeste), do Maranhão (parte sudoeste) e
de Minas Gerais (parte noroeste). Encontrado ao longo de sua área cidades
importantes como: Brasília, Cuiabá, Campo Grande, Goiânia, Palmas e Montes
Claros.
Devido a sua localização
geográfica ser no interior brasileiro, o povoamento e a ocupação territorial
nesta região era fraca, mas o governo federal vem a intervir com os programas
de políticas de interiorização do desenvolvimento nos anos 40 e 50, e da
política de integração nacional dos anos 70.
Centrada no planalto
brasileiro, o domínio do cerrado é dividido pelas formações de chapadas que
existem ao longo de sua extensão territorial, estas que são “gigantescos
degraus” com mais de 500
metros de altura, formadas na era geológica
Pré-Cambriana, limitam o planalto central e as planícies – como a Pantaneira.
Com sua flora única, constituída por árvores herbáceas tortuosas e de aspecto
seco, devido à composição do solo, deficiente em nutrientes e com altas
concentrações de alumínio, a região passa por dois períodos sazonais de
precipitação, os secos e os chuvosos. Com sua vegetação rasteira e de campos
limpos, o clima tropical existente nesta área, condiz a uma boa formação e um
ótimo crescimento das plantas. Também auxiliado pela importante rede
hidrográfica da região, de onde são oriundas nascentes das três maiores bacias
hidrográficas do Brasil como foi destacado no início. Isto lhe dá uma imensa
responsabilidade ambiental, pois denota a sua significativa conservação
natural. Com um solo formado principalmente por latossolos, areais quartzosas e
podzólicos; constituem assim um solo carente em nutrientes fertilizantes,
necessitando de correção para compor uma terra viável à agricultura. Observa-se
também, que este mesmo solo apresenta características à fácil erosividade
devido às estações chuvosas que ali ocorrem e principalmente a degradação
ambiental descontrolada, estes processos fazem a remoção da vegetação nativa
que tornam frágeis os horizontes “A” frente aos problemas ambientais
existentes, como a voçoroca.
Domínio Mares de Morros
Este domínio estende-se do
sul do Brasil até o Estado da Paraíba (no nordeste), obtendo uma área total de
aproximadamente 1.000.000 km². Situado mais exatamente no litoral dos Estados
do: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, de São Paulo, Rio de Janeiro,
Espírito Santo, da Bahia, Sergipe, de Alagoas, de Pernambuco, da Paraíba; e no
interior dos Estados, como: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito
Santo. Incluindo em sua extensão territorial cidades importantes, como: São
Paulo, Rio de Janeiro, Vitória, Salvador, Recife, Porto Alegre e Florianópolis.
Como encontra-se na região
litorânea leste do Brasil, foi o primeiro lugar a ser descoberto e colonizado
pelos portugueses – tanto que é em Porto Seguro , Bahia, que atracou o navegante
Pedro Álvares Cabral, descobrindo o Brasil. Com isso, a primeira capital da colônia
portuguesa na América foi Salvador, onde iniciaram-se os processos de
colonização e povoamento, respectivamente. É neste domínio que estão as duas
maiores cidades brasileiras – São Paulo e Rio de Janeiro. Isto se deve a antiga
constituição das duas cidades como centros econômicos, integradores, culturais
e políticos. Foram muitos os resultados desse povoamento, como por exemplo, a
maior concentração populacional do Brasil e a de melhor base econômica.
Como o próprio nome já diz, é
uma região de muitos morros de formas residuais e curtos em sua convexidade,
com muitos movimentos de massa generalizados. Os processos de intemperismo,
como o químico, são frequentes, motivo pelo qual as rochas da região
encontram-se geralmente em
decomposição. Tem uma significativa gama de redes de
drenagens, somados à boa precipitação existente (1.100 a 1.800 mm a/a e 5.000 mm a/a nas regiões
serranas), que é devido à massa de ar tropical atlântica (MATA) e aos ventos
alísios de sudeste, que ocasionam as chuvas de relevo nestas áreas de morros.
Assim, os efeitos de sedimentação em fundos de vale e de colúvios nas áreas
altas são muito intensos. A vegetação natural é da mata chamada Atlântica, com
poucas áreas nativas de suma importância aos ecossistemas ali existentes. Sua
flora e fauna são de grande respaldo ambiental e o solo é composto em sua
maioria por latossolos e podzólicos, sendo muito variável. A textura se
contradiz de região para região, pois é encontrado tanto um solo arenoso como
argiloso. Como a sua extensão territorial alarga-se entre Norte – Sul, seu
clima dependerá da sua situação geográfica, diferenciando-se em: tropical,
tropical de altitude e subtropical.
Domínio das Caatingas
Situado no nordeste brasileiro, o domínio morfoclimático das
caatingas abrange em seu território a região dos polígonos das secas. Com uma
extensão de aproximadamente 850.000 km², este domínio inclui o Estado do Ceará
e partes dos Estados da Bahia, de Sergipe, de Alagoas, de Pernambuco, da
Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Piauí. Tendo como principais cidades:
Crato, Petrolina, Juazeiro e Juazeiro do Norte.
Sendo uma das áreas junto ao domínio morfoclimático dos
mares de morros, de colonização pelos europeus (portugueses e holandeses), sua
história de povoamento já é bastante antiga. A caatinga foi sempre um palco de
lutas de independência, seja ela escravista ou nacionalista. A região tornou-se
alvo de bandidos e fugitivos contrários ao Reinado Português e posteriormente
ao Império Brasileiro. Como o domínio das caatingas localiza-se numa área de
clima seco, logo chamou a atenção dos mesmos para refugiarem-se e construírem
suas “fortalezas”, chamados de cangaceiros. Com isso o processo de povoamento,
instaurados nos anos 40 e 50, centrou-se mais em áreas próximas ao litoral, mas
o governo federal investiu em infra-estrutura na construção de barragens,
açudes e canais fluviais, surgindo assim o Departamento Nacional de Obras
Contra as Secas (DNOCS). Entretanto, o clima “desértico” da caatinga,
prejudicou muito a ocupação populacional nesta região, sendo que a caatinga
continua sendo uma área preocupante no território brasileiro em vista do seus
problemas sociais, que são imensos.
Com o seu clima semi-árido, o solo só poderia ter
características semelhantes. Sendo raso e pedregoso, o solo da caatinga sofre
muito intemperismo físico nos latossolos e pouca erosão nos litólicos e há
influência de sais em solo, como: solonetz, solodizados, planossolos, solódicos
e soonchacks. Segundo Ab´Saber, a textura dos solos da caatinga passa de
argilosa para textura média, outra característica é a diversidade de solos e
ambientes, como o sertão e o agreste. Mesmo tendo aspectos de um solo pobre, a
caatinga nos engana, pois necessita apenas de irrigação para florescer e
desenvolver a cultura implantada. Tendo pouca rede de drenagem, os mínimos rios
existentes são em sua maioria sazonais ao período das chuvas, que ocorrem num
curto intervalo durante o ano. Porém existe um “oásis” no sertão nordestino, o
Rio São Francisco, vindo da região central do Brasil, irriga grandes áreas da
caatinga, transformando suas margens num solo muito fértil. Outro fato que
chama a atenção, é a vegetação sertaneja, pois ela sobrevive em épocas de
extrema estiagem e em razão disso sua casca é dura e seca, conservando a
umidade em seu interior. Assim, a região é caracterizada por uma vegetação
herbácea tortuosa, tendo como espécies: as cactáceas, o madacaru, o
xique-xique, etc.
Domínios das Araucárias
Encontrado desde o sul paulista até o norte gaúcho, o
domínio das araucárias ocupa uma área de 400.000 km², abrangendo em seu
território cidades importantes, como: Curitiba, Ponta Grossa, Lages, Caxias do
Sul, Passo Fundo, Chapecó e Cascavel.
A região das araucárias foi povoada no final do século XIX,
principalmente por imigrantes italianos, alemães, poloneses, ucranianos etc.
Com isto, os estrangeiros diversificaram a economia local, o que tornou essa
região uma das mais prósperas economicamente. Caracterizado por colônias de
imigração estabelecidas pela descendência estrangeira, podemos destacar como
principais pontos, as cidades de: Blumenau – SC , colônia alemã; Londrina – PR,
colônia japonesa; Caxias do Sul – RS, colônia italiana. Mas a vinda desses
imigrantes não foi só boa vontade do governo daquela época. O Brasil tinha
acabado de terminar a sua guerra com Paraguai, que deixou muitas perdas em sua
população, em virtude disso a solução foi atrair imigrantes europeus e
asiáticos.
Atualmente, a vegetação de araucária – chamada de
pinheiro-do-Paraná, ou pinheiro-braseleiro – pouco resta, as indústrias de
celulose e madeireiras da região, fizeram um extrativismo descontrolado que
resultou no desaparecimento total em algumas áreas. Sua condição de arbórea,
geralmente com mais de 30 m
de altura, condiz a um solo profundo, em virtude de suas raízes estabelecerem a
sustentação da própria árvore. A região das araucárias encontra-se no planalto
meridional onde a altitude pode variar de 500 metros até cerca de 1.200 m . Isso evidencia um
clima subtropical em toda sua extensão que mantém uma boa relação com a
precipitação existente nesse domínio, variando de 1.200 a 1.800 mm . Nesse sentido, a
região identifica-se com uma grande rede de drenagem em toda a sua extensão
territorial. O solo é formado principalmente por latossolos brunos e também é
encontrado latossolos roxos, cambissolos, terras brunas e solos litólicos. Com
estas características, o solo detém uma alta potencialidade agrícola, como:
milho, feijão, batata, etc. As morfologias do relevo se destacam por uma forte
ondulação até um montanhoso, o que o representa num solo de fácil adesão a
processos erosivos, iniciados pela degradação humana e social.
Domínio das Pradarias
Situado ao extremo sul brasileiro, mais exatamente a sudeste
gaúcho, o domínio morfoclimático das pradarias compreende uma extensão, segundo
Ab’Saber, de 80.000 km² e de 45.000 km² de acordo com Fontes & Ker – UFV.
Tendo como cidades importantes em sua abrangência: Uruguaiana, Bagé, Alegrete,
Itaqui e Rosário do Sul.
Território mãe da cultura gauchesca, suas tradições
ultrapassam gerações, demonstrando a força da mesma. Caracterizado por um baixo
povoamento, a região destaca-se grandes pelos latifúndios agropastoris, que são
até hoje marcas conhecidas dos pampas gaúchos. Os jesuítas iniciaram o
povoamento com a catequização dos índios e posteriormente surgem as povoações
de charqueadas. Passando por bandeirantes e tropeiros, as pradarias estagnam
esse processo (ciclo do charque) com a venda de lotes de terras para militares,
pelo governo federal. Devido à proximidade geográfica com a divisão fronteiriça
de dois países (Argentina e Uruguai), ocorreram várias tentativas de anexação
dos pampas a uma destas nações – devido aos tratados de Madrid e de
Tordesilhas. Mas as tentativas foram inválidas, hoje os pampas continuam sendo
parte do território brasileiro.
Como é uma área também chamada de pradarias mistas, o solo
condiz ao mesmo. Segundo Ab’Saber, que o caracteriza como diferente de todos os
outros domínios morfoclimáticos, existindo o paleossolo vermelho e o paleossolo
claro, sendo de clima quente e frio. Denominado um solo jovem, devido guardar
materiais ferrosos e primários, sua coloração vêem a ser escura. Estabelecido
por um clima subtropical com zonas temperadas úmidas e sub-úmidas, a região é
sujeita a sofrer alguma estiagem durante o ano. Sua amplitude térmica alcança
índices elevados, como em Uruguaiana, considera a mais alta do Brasil, com 7°
a/a. Isto evidencia suas limitações agrícolas, pois o solo é pouco espesso e
têm indícios de pedrugosidade. Assim, caracteriza-o a uma atividade pastoril de
bovinos e ovinos. Com a utilização do solo sem controle, denota-se um sério
problema erosivo que origina as ravinas e posteriormente as voçorocas. Esse
processo amplia-se rapidamente e origina o chamado deserto dos pampas. A
drenagem existente é perene com rios de grande vazão, como: Rio Uruguai, Rio
Ibicuí e o Rio Santa Maria.
Faixas de transições
Encontrados entre os vários domínios morfoclimáticos
brasileiros, as faixas de transições são: as Zonas dos Cocais, a Zona Costeira,
o Agreste, o Meio-Norte, as Pradarias, o Pantanal e as Dunas. Espalhadas por
todo o território nacional, constituem importantes áreas ambientais e
econômicas.