domingo, 16 de setembro de 2012

Problemas socioambientais no campo

  Atualmente, o campo brasileiro sofre com vários problemas de ordem natural( escassez de água e salinização) e ocasionados pela ação humana (poluição dos solos, desmatamento e erosão).
  A degradação do solo pela salinização, embora possa ocorrer naturalmente, é mais comum em áreas irrigadas, quando processo de irrigação é feito de forma inadequada, sem o devido sistema de drenagem. Esse processo, associado á utilização intensiva de fertilizantes químicos, é responsável pela presença excessiva de sais no solo.
  O uso desmedido de agrotóxicos também é um grave problema enfrentado no meio rural. São cerca de 400 produtos químicos utilizados na agropecuária, e a aplicação constante e indiscriminada e, muitas vezes, sem assistência técnica, tem aumentado a concentração desses produtos no solo, nos mananciais e na atmosfera. Essa prática mostra que a agropecuária depende desses produtos, usados no controle de pragas e de doenças para garantir os índices de produtividade do setor. 
  Outro problema que envolve o campo, embora esteja ligado apenas à produção de cana, são as queimadas que ocorrem antes da colheita desse produto. Muitos estudos já foram desenvolvidos mostrando a relação entre as doenças respiratórias e as queimadas, nos locais que fazem uso dessa prática, como a região de Piracicaba, em São Paulo.
  O desmatamento e o uso inadequado dos solos, como já foi visto, são responsáveis pelo processo da desertificação no mundo todo.
  Vale dizer que a erosão acarreta perda dos solos, diminui a fertilidade da terra e provoca a poluição e o assoreamento dos mananciais.

Transgênicos


Transgênicos, ou organismos geneticamente modificados (em inglês, GMO), são produzidos, em laboratório, a partir da introdução de genes de outras espécies, com a finalidade de atribuir a eles características que não poderiam ser incorporadas de forma natural, ou por seleção artificial.


  > Argumentos favoráveis

- Os transgênicos podem aumentar a produção de alimentos, fornecendo fontes nutricionais mais baratas à população mundial;

- Tem potencial de acabar com os problemas relativos à desnutrição;

- A produção pode ser mais econômica, já que podem ser desenvolvidos organismos mais resistentes e duráveis;

- Plantações de vegetais transgênicos podem requerer menos quantidade de agrodefensivos, água e máquinas agrícolas, agredindo o meio ambiente de forma reduzida;

- Possibilidade de se desenvolver alimentos mais nutritivos, melhorando a saúde da população;

- Criação de organismos capazes de produzir substâncias úteis para a saúde humana, como vitaminas, anticorpos e remédios;

- Utilização de enzimas de bactérias geneticamente modificadas no sabão em pó, podendo degradar a gordura de tecidos e não danificá-los durante o processo de lavagem;

- Forrageiras geneticamente modificadas poderiam reduzir a emissão de gás metano pelo rebanho bovino;


   > Argumentos Contrários

- Os transgênicos podem prejudicar a biodiversidade, por três motivos: o uso elevado e contínuo de agrotóxicos, a contaminação genética fruto da polinização cruzada e a uniformização genética resultante do plantio extensivo de monoculturas de variedades geneticamente alteradas.

- A poluição genética é um risco enorme com os transgênicos – se alguma variedade geneticamente modificada é liberada na natureza, ela pode alcançar sucesso evolutivo e causar a extinção de espécies nativas.

- A propagação de variedades transgênicas por algumas poucas multinacionais causa uma uniformização genética responsável pela vulnerabilidade do cultivo. Dessa forma, como há menos diversidade, pragas, doenças e mudanças climáticas atingem todo o cultivo, o que compromete a segurança alimentar. Extinções locais de variedades de alimentos já é uma realidade provocada pela uniformização genética, que irá piorar com a disseminação dos transgênicos.

- Os transgênicos não irão acabar com a fome no mundo; segundo a ONU, produz-se mundialmente 1,5 vezes a quantidade de comida necessária para alimentar toda a humanidade: o problema é a distribuição desse alimento, que é desigual.

- Graças à polinização cruzada, variedades transgênicas podem contaminar variedades semelhantes, inclusive selvagens, da mesma espécie, o que pode levar à criação de super-pragas (resistentes a herbicidas).

- O modelo de agricultura transgênica não é sustentável, porque leva à utilização intensiva de agrotóxicos, que podem eliminar populações locais de minhocas, abelhas, e outros animais e plantas essenciais para a manutenção do solo e dos ecossistemas locais.



quinta-feira, 13 de setembro de 2012

A Concentração Fundiária

  A organização do espaço rural se caracteriza pela diversidade econômica, social e cultural por vários aspectos. Alguns deles são complementares, como a grande propriedade monocultora e a colheita mecanizada, outros se contrapõem, como a mecanização e mão de obra disponível.
  A estrutura fundiária de um país envolve a forma como os estabelecimentos rurais estão organizados em relação ao número e ao tamanho das propriedades e quanto à distribuição.

Índice Gini - trata-se de um instrumento que mede o grau de concentração de renda em determinado grupo.

Reforma Agrária - É um conjunto de medidas e ações que visam promover a redistribuição da propriedade rural, não significa somente isso, mas também a possibilidade de proporcionar às pessoas uma vida digna, com geração de trabalho e renda.

Agropecuária no Brasil: O Tradicional e o Moderno

  Embora a agropecuária seja a princípio uma atividade econômica ligada ao setor primário, atualmente, em virtude do desenvolvimento técnico-científico informacional ocorrido no campo, muitas das atividades se encaixam no setores secundário e terciário, como é o caso das agroindústrias, das fazendas de gado leiteiro, entre outras. No brasil, essa atividade foi a base da economia por séculos e, atualmente, ainda exerce papel importante. A cana-de-açúcar( no período colonial) e depois café, algodão, cacau, e fumo foram as principais mercadorias agrícolas de exportação do país até a primeira metade do século XX.
  O crescimento da agropecuária brasileira não se deve somente ao crescimento das áreas cultivadas, mas também ao desenvolvimento tecnológico que vem impulsionando a produtividade.

Os principais produtos agrícolas: centros de produção e de consumo


- Cana-de-açúcar 

  No início da ocupação territorial brasileira, a cana-de-açúcar foi a principal atividade econômica, desenvolvida no litoral nordestino. Em meados do século XX, a cana se expandiu para o Rio de Janeiro, Espírito Santo, São Paulo, Minas Gerais, Paraná, entre outros estados. As terras, que antes eram utilizadas para culturas diversas, principalmente para a produção de alimentos, passaram a ser ocupadas pela cana-de-açúcar destinada principalmente à produção de álcool combustível, o etanol.

- Café

  O Brasil ainda é o principal produtor exportador mundial de café, apesar de esse produto não ser atualmente o mais importante na economia nacional.
  Por muitas décadas, o café foi o principal produto da economia nacional.
  Com diversificação da economia e a exportação de bens industrializados e de outros produtos agrícolas, a participação do café nas exportações diminuiu para menos de 2,5% em 2006.

- Soja

  Esse produto é, atualmente, o que mais contribuiu com a balança comercial brasileira, atingindo cerca de 6,8% do total das exportações nacionais em 2006. O Brasil é o segundo maior produtor de soja (atrás dos EUA).
  Atualmente a lavoura da soja ocupa aproximadamente 35% das áreas cultivadas do país.

- Fumo

  O Brasil é o segundo maior produtor de fumo em folhas do mundo, com 13,5% do total da produção mundial em 2006 (atrás somente da China), e o quinto maior exportador.
  O cultivo desse produto ocorre principalmente em pequenas propriedades. O Rio Grande do Sul é o maior produtor com cerca de 51% do total nacional.

- Milho

  O milho era bastante usado por povos nativos do continente americano para fazer a farinha, pão e bebidas. hoje ainda é um produto bastante presente na alimentação de pessoas e de animais.
  Por se adaptar facilmente às condições naturais, esse produto é cultivado em vários lugares do território nacional, visando principalmente ao abastecimento do mercado interno.

- Algodão

  O cultivo do algodão no Brasil ocorre desde o período colonial, no Sertão nordestino. 
  Atualmente o estado do Mato Grosso responde por cerca de 53% da produção nacional, seguido de Goiás (14%) e Bahia (8%). Do total produzido cerca de um terço é destinado ao mercado externo.

- Cacau

  Planta nativa das Américas Central e do Sul, o cacau é um dos principais ingredientes usados na fabricação de chocolate. Trazido da Amazônia do século XVIII, ele se adaptou muito bem ao clima quente e úmido do sul do Bahia, proporcionando prosperidade às cidades de Itabuna e Ilhéus.
  Atualmente, o continente africano responde por cerca de 70% da produção mundial de cacau. O Brasil produziu, em 2004, 4,75% do total mundial. A industria nacional, além de consumir toda a produção interna, tem de importar cacau para atender às suas necessidades. 

- Arroz

  O arroz, um dos principais produtos do cardápio do brasileiro, vem passando por transformações significativas no seu processo produtivo. A modernização - com a introdução de novas variedades e de diferentes técnicas de manejo e de gerenciamento - possibilitou maior produtividade e rentabilidade a esse cultura.

- Feijão

  O Brasil é o maior produtor mundial de feijão. Tal como o arroz, é um alimento básico para o brasileiro. Cultivado em todo território nacional, faz do país o primeiro produtor mundial, respondendo por 16,3% do total global.

- Trigo

  Trazido para o Brasil no início do período colonial, o trigo foi cultivado por cerca de 2 séc. em terras quentes e úmidas da costa litorânea brasileira. Mais tarde, ele foi introduzido na Região Sul, onde encontrou condições naturais mais favoráveis para o seu desenvolvimento, em virtude da fácil adaptação a regiões frias. 

- Frutas

  A fruticultura constitui atualmente um importante setor da economia brasileira, em virtude da grande diversidade de produtos, o que torna o país um dos principais polos mundiais de produção de sucos de fruta . Embora o país produza vários tipos de suco, principalmente de frutas coletadas e processadas na Amazônia, o de laranja predomina e corresponde aproximadamente a 95,5% do total, fazendo do país o maior produtor e exportador mundial desse produto.